No primeiro post sobre um livro pensei em falar sobre O Conde de Monte Cristo de Alexandre Dumas, mas confesso que ainda estou no capítulo 4 e o livro tem SOMENTE 1663 páginas e eu não avancei o suficiente para fazer um texto consistente. Portanto, falarei sobre um livro que ganhei de aniversário (junho de 2013) do meu marido e que devorei muito rapidamente: Relato de um náufrago de Gabriel García Márquez, também conhecido como meu escritor favorito.
Esse livro de 143 páginas, assim como "Do amor e outros demônios", surgiu de uma notícia que chegou até García Márquez, este último, enquanto trabalhava no jornal El Espectador, e mais uma vez, o autor soube manejar e recontar essa aventura num livro instigante e ligeiramente tenso.
Acho que é impossível que esse história não te seduza. Existe um perfeito "conhecer" que te leva a se aproximar do personagem, se envolver nos seus pensamentos, nos seus sentimentos e naquele ambiente molhado e quente de maresia e marinheiros.
É de se esperar numa história dessas que o náufrago se salve, se dê bem no final, triunfe sob aquela situação opressora e injusta e de fato, isso acontece, porém, como mestre que é, Gabriel nos faz ver um lado que a maioria dos livros e filmes - principalmente americanos - não nos contam, "e logo abandonado pelo governo e esquecido para sempre." Ele nos descreve que um ato, por mais heroico que seja, passa. O tempo "apaga". E acaba por ser muito mais importante para quem o vivenciou do que "para a nação" que deu-lhe o título e, ironicamente, até o próprio herói se esquece e acaba por ser quem era antes, só que com algo a mais no currículo, que nem é tão importante ao final das contas.
Acho legal destacar o subtítulo do livro que, ligeiramente, resume a história:
"que esteve dez dias à deriva numa balsa, sem comer nem beber, que foi proclamado herói da pátria, beijado pelas rainhas da beleza, enriquecido pela publicidade, e logo abandonado pelo governo e esquecido para sempre."
O livro contém um mapa e eu, particularmente, adoro livros com mapas, me dão uma sensação de aventura real, algo muito sério e não ficcional. Você consegue situar a história e enriquecer sua imaginação em relação à locação da narração.
A verdade é que esse livro me fez refletir sobre como TUDO PASSA. Esse clichê é realmente maravilhoso e essa história ilustra muito bem como coisas tão incríveis e heroicas, sofridas e admiráveis, (devo destacar que ele passou fome, sede, estava machucado e sentiu muitas dores) dignas e emocionantes passam. E o que fica disso tudo? Você decide. Nós decidimos o que tirar disso e temos muitas opções, apesar de não parecer: experiência, rancor, riso, cicatrizes das quais se orgulhar ou odiar.
Para mim, o náufrago é o seu próprio herói.
Lisys D.




2 comentários:
preciso desse livro emprestado, viu.
tem uma menina na sua frente, mas serei obrigada a te dar privilégios, kkkk.
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